quinta-feira, novembro 09, 2006

Tentando não parar para pensar...

Queria ter o corpo plástico dessas manequins de loja. São firmes, lisos e não apresentam qualquer irregularidade que fuja ao conceito do que é perfeito para uma mulher. É o modelo "padrão" baseado em depoimentos anorexos, freneticamente invejosos e ansiosos pelo fim de seu desespero. São mulheres ideais para os homens. Não falam, não reclamam de nada e principalmente, não discutem relação. São brancas, sem forma, não há dedos nos pés, mas ostentam o vestido que nenhuma mulher com carne, gordura e epiderme vista. Unidas com seu exército dos sêm pêlos e peitos empinados ecoam gargalhadas silenciosas que somente nós, freqüentadoras assíduas de shopping center podemos ouvir. No final, volto para casa feliz e vitoriosa com as roupas que o inimigo vestia na mão. Agora só resta saber o que fazer com elas.

(Depois de muito tempo acho que voltei a ter vontade de escrever. Vamos tentando. Por enquanto um miniconto.)

sexta-feira, abril 07, 2006

Finalmente, o fim.

Hera anunciava com estampidos e trovoadas. Enfim a casa real partira. Vinha em nossa direção. Arcanjos de todas as formas e cores, de mãos dadas. Formavam uma corrente estupidamente grande. Dançavam ao som de blues. E o fim finalmente, havia chegado.
Dia 28 de Março. Que merda! Tive que ouvir essa cambada de campista bairrista se vangloriar... Acharam que o dia foi escolhido em homenagem a cidade. Até que por um lado tiveram um pouco de razão... Foi a primeira cidade a sucumbir. As pessoas quebravam-se ao meio, em grupos de dez. Não podia ficar olhando e esperando a minha vez sem fazer nada. Pensei em fugir, ir pro Rio de Janeiro. Dizem que lá é abençoado por Deus. Talvez fosse a última cidade a sumir do mapa. Sei lá, deu preguiça. Não queria correr. Assim resolvi me preparar. Não queria morrer no meio da rua indo pro trabalho. Fui em casa, escolhi uma camisa limpa, dinheiro e fui pro meu boteco favorito. Pelo menos morreria tomando cerveja!
Ao encher o copo, me peguei fazendo o ritual de sempre: pingar um pouco pros santos. Hesitei.
- Hoje é o fim, não vou fazer isso. Quero beber tudo até a última gota!
Quando virei o copo, olhei pro lado esquerdo. Exu me pediu um cigarro. Hoje era feriado, não era preciso trabalhar. Oxoce me abraçou. Disse que de hoje eu não passava. Enfiou a mão dentro da minha calça.
- Merda! Pensei. Tudo isso por causa de um pouco de cerveja!
Gozei. O garçom quebrou-se na minha frente. Vi meu fim. Olhei para aquela cidade de merda. Todos uns otários, todos! Acreditavam na vida eterna, mas não sabiam que todo campista estava fadado a morrer naquele dia. Não sobraria um. Ta na bíblia, eu escrevi.
Também vou morrer, nasci aqui – por acaso – mas nasci.
Aí foi meu engano. Janaína, minha Iemanjá usou nanquim. Fez um asterisco.
- Menos você seu bêbado de merda!
Ela me amava. Desde o dia que roubei 50 oferendas do mar.
Fui pra casa. Liguei o computador, precisava de notícias. Nada, ninguém disse nada. Campos sumiu como escrito por mim e não entrou pra história. Como sou profético! Finalmente fiz algo por esta cidade.
Com todo o prazer, peguei minha carteira de identidade e risquei o nome dali. No lugar escrevi: Origem, Terra do nunca.


Danielle Brandão

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

embalado pra presente.

Sentir-se feliz é descobrir que pequenas coisas podem ser extremamente importantes na vida.
No dia que o Sol bater em sua porta, de surpresa, sorria. A emoção da surpresa transforma as pessoas. Abrace e segure bem forte, não o deixe ir. E aproveite o máximo que puder desse dia. Porque ele é especial. E pensou em você. No meio de bilhões de habitantes, você, só você é especial. Não é egoísto. Só por um dia o que custa? Deixe a felicidade entrar e feche a porta, porque você nunca saberá o dia em que ela irá partir.

Então...

Pensar no que dizer...
Bater forte com a cabeça na parede, esperar a dor passar e tentar pensar em algo não fútil. Impossível, totalmente.Mulher sem pensar em futulidades?? É o mesmo que esperar saci dizer:"olha nasceu uma perna!"
Mulher é bicho burro. Se diz forte e inteligente. Mas é capaz de cair nas garras do macho hostil. É, aquele mesmo, aquele que diz "eu te amo" quando lhe convém. Aquele que a chama de burra, estúpida, demente e depois dá um puxãozinho pedindo beijinho e uma cerveja. Mulher é estupida. Quando livre enchega o mundo como é, critica, age, tem atitude. Mas quando ama se deixa levar.
E ainda sorri. E fica alí, esperando ouvir três palavras tão comuns e idiotas. Esperando eternamente uma sinceridade que não existe e nunca vai existir. Mas não era todos iguais? Sem miolo? Que dizem pensar com duas cabeças sendo que a de baixo parece ser a mais inteligente? Cadê essa mulher? Aonde ela está?
Franca.
Estúpida.
Mulher, como todas as outras. Fútil e sem expressão.
Apaixonada.
Que merda hein?

Um belo dia. Quem é feliz?

o dia perfeito. céu azul, sol, muito calor, dor, mal-estar, sono e vontade de não levantar da cama. estar bem não é privilégio de todos. mas por que estar mal com um dia desses? não, isso é só um momento rabugice matinal.
ir pro trabalho. seguir o mesmo ritual de sempre? nao... hoje não to afim. calça jeans rasgada, camisa careca, tênis. mais confortavel impossivel.
o sol comunica: "vai morrer torrada!" foda-se o sol.
andando pela rua vejo uma bela paisagem. urubus comendo algum animal morto. morto... de qeu será que morreu? fome? dono infeliz que odiava o animal? briga? enfim, já não faz mais parte do meu caminho. não ligo.
minha felicidade é que pelo menos não haverá pedreiro ou borracheiro mexendo comigo. acredito não ter partes do corpo amorta, a não ser meus braços. as muculmanas por um lado são até felizes. felicidade.. o que é felicidade?
Pois é, e o dia está só começando.

terça-feira, janeiro 24, 2006

quarta-feira, janeiro 18, 2006

pensamentos, afeto, diginidade, roupa, sem sal, corpo, chocolate, suor, dor de cabeça, luz, claridade na cara, protetor solar, porra nenhuma, marca de sol, amor, odio, cara de cú, tá arrebentando, migalhas, telefone, sorriso, mal estar, vontade de andar, preguiça, obrigações, discussão, esperança, carinho, bela música, vista cansada, minha mãe disse que ia chover, memórias, apego ao nada, picolé, jujuba, abacaxi e limão, quero colo, é a tua filho da puta!, sorte, exagero, falta do que fazer, vazio, aperto no coração, é o fim, vida filha da puta, formiga, meu pé, mosquito, quente, calor, ânsia de vomito, geléia de ameixa, meus amigos, um amor verdadeiro, fé, compras, bites coloridos, exu, jurubeba, xixi, cerveja e vodka, um pouco de rum.

*uma mente em 5 minutos..