quinta-feira, novembro 29, 2007

Um conto de natal.

Um peixe fora d’água se debatendo em meio a multidão. Essa é a sensação para uma minoria no natal. Enquanto o grande público acorda super disposto às 7h da manhã para ir às compras em homenagem ao dia no nascimento de jesus, um rebanho já está lá, descendo as escadas do ônibus, atravessando a ponte no trem e indo para mais um dia rotineiro de trabalho. O típico trajeto da descida do ônibus até o local onde se bate o ponto, apresenta a longa jornada que está por vir. Ultrapassar as barreiras das sacolas de presentes e crianças penduradas nos braços de mães desesperadas atrás de uma “lembrancinha” vira uma maratona. As ruas da cidade que já são estreitas não comportam a quantidade de ambulantes circulando para lá e para lá. São mais de mil pessoas indo e vindo na sua direção.

Mas isso não é tudo. O pior é observar que elas não te noção de espaço e direção. Transam de um lado para outro sem a menor preocupação, ou simplesmente interrompem o trânsito para uma conversa em plena calçada, ou para apreciar aquela vitrine pela décima vez.

Pressa? Há-há-há. Ria se for possível e aceite a sina de um trabalhador infeliz, ou então se entregue ao espírito anti-natalino e parta para cima da primeira pessoa corpulenta que passar esbarrar em você e não pedir desculpas. Chute os cachorros e crianças do caminho e toda e qualquer coisa que impeça a passagem de nós, pobres trabalhadores.